domingo, 22 de maio de 2016

Figuras de Linguagem

FIGURAS DE LINGUAGEM

Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer figuras de linguagem está no fato de que tal conhecimento, além de auxiliar a compreender melhor os textos literários, deixa-nos mais sensíveis à beleza da linguagem e ao significado simbólico das palavras e dos textos.

Definição: Figuras de linguagem são certos recursos não-convencionais que o falante ou escritor cria para dar maior expressividade à sua mensagem.

 METÁFORA:  É o emprego de uma palavra com o significado de outra em vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É uma comparação subentendida. Exemplo:  Minha boca é um tumulo.  Essa rua é um verdadeiro deserto.

COMPARAÇÃO: Consiste em atribuir características de um ser a outro, em virtude de uma determinada semelhança.
Exemplo: O meu coração está igual a um céu cinzento. O carro dele é rápido como um avião.

PROSOPOPÉIA: É uma figura de linguagem que atribui características humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la de PERSONIFICAÇÃO. Exemplo: O céu está mostrando sua face mais bela. O cão mostrou grande sisudez.

SINESTESIA: Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes.Exemplo: Raquel tem um olhar frio, desesperador.
Aquela criança tem um olhar tão doce.

CATACRESE: É uma metáfora desgastada, tão usual que já não percebemos. Assim, a catacrese é o emprego de uma palavra no sentido figurado por falta de um termo próprio. Exemplo: O menino quebrou o braço da cadeira. A manga da camisa rasgou.

METONÍMIA: É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa troca. Ocorre metonímia quando empregamos: - O autor pela obra. Exemplo: Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares)
 - o continente pelo conteúdo. Exemplo: O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo os torcedores)
 - a parte pelo todo. Exemplo: Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto substitui casa)
 - o efeito pela causa. Exemplo: Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui o trabalho)

PERÍFRASE: É a designação de um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou.
 Exemplo: A Veneza Brasileira também é palco de grandes espetáculos. (Veneza Brasileira = Recife), A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência. (Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro).

ANTÍTESE: Consiste no uso de palavras de sentidos opostos. Exemplo: Nada com Deus é tudo. Tudo sem Deus é nada.

EUFEMISMO: Consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis. Exemplo: Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu = morrer). Os homens públicos envergonham o povo. (homens públicos = políticos)

HIPÉRBOLE: É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva a ideia. Exemplo: Ela chorou rios de lágrimas. Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda.

IRONIA: Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o contrário do que pensamos. Exemplo: Que alunos inteligentes, não sabem nem somar. Se você gritar mais alto, eu agradeço.

ONOMATOPÉIA: Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural dos seres. Exemplo: Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram. Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite toda.

ALITERAÇÃO: Consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou interior das palavras. Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma.

ELIPSE: Consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto, identificado facilmente. Exemplo: Após a queda, nenhuma fratura.

ZEUGMA: Consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente. Exemplo: Ele come carne, eu verduras.

PLEONASMO: Consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando seu significado. Exemplo: Nós cantamos um canto glorioso.

POLISSÍNDETO: É a repetição da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos da oração. Exemplo: Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para dançar.

ASSÍNDETO: Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações. Exemplo: Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos para dançar.

ANACOLUTO: Consiste numa mudança repentina da construção sintática da frase. Exemplo: Ele, nada podia assustá-lo. Nota: o anacoluto ocorre com frequência na linguagem falada, quando o falante interrompe a frase, abandonando o que havia dito para reconstruí-la novamente.

ANAFÓRA: Consiste na repetição de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior expressividade. Exemplo: Cada alma é uma escada para Deus. Cada alma é um corredor-Universo para Deus. Cada alma é um rio correndo por margens de Externo Para Deus e em Deus com um sussurro noturno. (Fernando Pessoa).

SILEPSE: Ocorre quando a concordância é realizada com a ideia e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse: gênero, número e pessoa.

De gênero. Exemplo: Vossa excelência está preocupado com as notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não com o sujeito).

De número. Exemplo: A boiada ficou furiosa com o peão e derrubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com a ideia de plural da palavra boiada).


De pessoa Exemplo: As mulheres decidimos não votar em determinado partido até prestarem conta ao povo. (nesse tipo de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os participantes de um sujeito em 3ª pessoa).

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